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18 de Abril de 2024

A impactante história retratada na minissérie Inacreditável da Netflix

A história, que é baseada em fatos reais, trata de Marie, uma garota de 18 anos que foi estuprada perto de Washington, em 2011, quando uma reviravolta na investigação para prender um estuprador em série trouxe de volta o rosto da adolescente aos jornais. Dois anos antes, Marie havia sido acusada de mentir para a polícia sobre o estupro que teria sofrido.

Publicado por Perfil Removido
há 5 anos


Inacreditável, nova produção da Netflix, estreia sob forte expectativa. Isso porque o tema chama bastante atenção, ainda mais no mundo atual, em que casos de estupro são cada vez mais comuns — no Brasil, por exemplo, segundo o 13º Anuário de Segurança Pública publicado na última terça-feira, no ano passado, o número de casos de violência sexual correspondeu a mais de 180 estupros por dia. Não bastasse o assunto em si, a minissérie traz uma história chocante e alarmante, que tem dois pontos fortes: um caso de estupro tratado como denúncia falsa, e um estuprador em série.

Um dos grandes méritos da produção vem do roteiro, que é baseado no livro Falsa acusação: Uma história verdadeira. A obra dos jornalistas norte-americanos é muito bem construída e isso passa para a telinha. A minissérie, em sua maioria, é bastante fiel ao conteúdo das páginas literárias, ganhando apenas em alguns pontos aspectos mais ficcionais e narrativos para que o espectador possa se aproximar das personagens. Na minissérie, a vida pessoal de Marie (Kaitlyn Dever) — a jovem que é estuprada em Lynwood, mas tem a história apontada como falsa pela polícia local após descrédito da mãe adotiva — ganha mais tempo de tela, assim como das detetives Karen Duvall (Merritt Wever) e Grace Rasmussen (Tony Collette), que ficam responsáveis pela investigação da série de abusos sexuais ocorridas nos Estados Unidos.

Assim como fez Olhos que condenam, que levava o público a vivenciar o que os jovens passaram durante os depoimentos policiais, Inacreditável coloca o espectador para passar os piores momentos da vida de Marie juntamente com ela. O primeiro episódio é incômodo, e isso é proposital, mostrando a protagonista repetindo várias vezes o depoimento sobre o abuso. A ideia é passar algo próximo do que a personagem viveu ao ser abordada de uma forma tão leviana após ter sido estuprada.

Ao mesmo tempo, a minissérie faz questão de mudar o tom no segundo episódio. Propositalmente de novo. Aqui o objetivo é mostrar a diferença de atitude da investigadora Karen com Amber (Danielle Macdonald), outra jovem vítima de estupro, que é tratada completamente diferente. A detetive dá todo o suporte para a menina, que tem um papel importantíssimo para a investigação que leva até o maníaco sexual. No terceiro episódio é a vez do público conhecer mais sobre Grace, novas vítimas e o caminhar da investigação, agora, em conjunto.

Essa mudança de tom que Inacreditável ganha é um mérito que se deve ao fato de que produção conta com a direção de duas mulheres que têm experiência com narrativas femininas: Susannah Grant, diretora do ótimo Confirmation da HBO — filme protagonizado por Kerry Washington, que interpreta Anita Hill, uma professora de direito que denuncia caso de assédio sexual do juiz Clarence Thomas –, e Lisa Cholodenko, nome por trás da série The L Word, sobre o mundo homossexual feminino.

Mesmo com esse lado mais humano, por assim dizer, com o passar dos episódios — são oito no total –, a minissérie pode ser dura de acompanhar. A dificuldade enfrentada para chegar até o criminoso e o sofrimento vivido pelas vítimas, principalmente de Marie, é de cortar o coração, porém necessário de ser mostrado num mundo em que a violência sexual cresce. Outro mérito da produção, que o faz da forma mais realista possível.

Inacreditável deve figurar entre as produções de mais destaque da Netflix neste ano. Resultado da união de um tema forte, uma história inacreditável — como bem indica o título da minissérie — e incrivelmente bem conduzida narrativamente deixando o espectador na expectativa para o próximo episódio, além de boas atuações do trio de protagonistas.

Fonte: Netflix

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2 Comentários

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Assisti a série e o que mais chocou foi o tratamento dado a Marie, os policiais já chegam desacreditando-a, colocando ela contra a parede e em todo tempo eles apontam as pequenas incoerências na sua história. Desde o começo eles a tratam como mentirosa, a fazem repetir toda hora os seus traumas.
O triste é saber que a realidade é exatamente aquela, sempre tem alguém desacreditando a vítima, e o pior é que sempre será aquele que deveria fazer justiça por ela. continuar lendo

Verdade. O despreparo e negligência dos investigadores contrastando com a competência e dedicação das investigadoras. Pior ainda, ver que a vítima chegou ao ponto de ser processada por denunciação caluniosa.
Por sorte e merecimento, a justiça acabou sendo feita.
Um série em que podemos tirar vários ensinamentos, não só para a vida, mas como operadores do Direito. continuar lendo